Olá! Nasci em Porto Alegre, no final dos anos 1970. Há quinze anos decidi que queria viver na maior cidade da América e cá estou morando em São Paulo. Foi aqui, entre vinte e dois milhões de pessoas, que descobri na solitude um bom modo de vida.
Aos cinco anos, queria ser escritora. Aos dez, médica. Aos dezesseis, química, depois médica de novo. E arquiteta, antes de querer ser psicóloga. Decidi ser escritora por fim, mas (ênfase no “mas”) virei jornalista. Modéstia à parte, sou uma ótima copidesque e revisora.
Não vou chatear vocês com os detalhes, o importante é que eu era uma pessoa normal. Quando criança, tinha boa socialização e tirava notas boas. Depois, fui uma adolescente problemática, mas nada que parecesse merecer muita atenção.
Até que um dia, veio um tsunami e me arrastou. Eu nem percebi. Uma doença mental, uma predisposição genética, um gatilho desconhecido. Minha vida mudou a rota com uma violência assustadora.
* * *
Criei este blog em 2018 para compartilhar minha história. Há coisas que só quem viveu é capaz de sentir, explicar e entender. Ao longo da última década e meia, aprendi muito sobre o transtorno bipolar – na vida, nos livros, em palestras, em conversas.
Hoje, aos quarenta e tantos, que posso dizer? Minha vida foi tão estranha, louca e aleatória que acabei acumulando um monte de histórias para contar. Isso é bom? É ruim? Acho que prefiro não avaliar.
Talvez existam outras pessoas como eu perdidas por aí, tentando descobrir qual é a sua história.
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