A catástrofe no Rio Grande do Sul é notícia mundial. Até agora, 95 pessoas morreram, e mais de 90% do estado (414 dos 497 municípios) foi afetado pela maior enchente da sua história. Centenas de milhares de pessoas tiveram de deixar suas residências; 1,5 milhão de pessoas foi atingido. Vidas que foram arrasadas física e psicologicamente, pessoas traumatizadas. Isso é só uma pequena parte do cenário.
Dizer apenas que uma frente fria pairou sobre o RS é jogar a culpa na natureza por um problema anunciado há décadas. É a terceira enchente em menos de um ano no estado. Os investimentos pífios do governo do RS são criminosos, mas é preciso dizer que este é um problema das três esferas de governo – federal, estadual e municipais.
A classe trabalhadora e a população pobre são sempre as mais atingidas. Pessoas que trabalharam duro para ter sua casa e suas coisinhas se veem agora perdidas, sem nada, embaixo da água, em cima de telhados, perdendo até seus bichinhos de estimação. No entanto, é a quase totalidade do estado que foi afetada. O que explica isso?
A tragédia no RS é uma expressão aterradora da destruição do planeta pelo capitalismo. É central compreendermos isso, as mudanças climáticas, suas causas e seus desdobramentos. Tragédias continuarão acontecendo enquanto este sistema existir porque, para ele, o lucro vem antes da vida e da natureza.
Enquanto isso, o governador do RS, Eduardo Leite, age como se fosse um repórter. A população só pode contar com ela mesma. Campanhas de solidariedade se somam pelo país e fora dele. A onda de solidariedade é o que de fato vai salvar os gaúchos, não os governantes. É preciso sim exigir que eles façam seu trabalho para investir na assistência imediata às vítimas desta tragédia e na prevenção de outras.
O governo não pode continuar pagando a dívida pública, ou seja, pagando juros a banqueiros. As grandes empresas devem ter a isenção de impostos cancelada urgentemente. Favorecer banqueiro, empresários e agronegócio é imoral, sobretudo quando o povo está sem água, luz e internet. Isso é o básico.
Contudo, a solidariedade que estamos vendo precisa se transformar em revolta. É preciso mostrar que, se somos capazes de nos organizarmos desta forma tão bonita e eficaz, como estamos vendo, também somos capazes de governar muito melhor do que os que estão hoje no poder, que jogaram o caos nas nossas mãos.
Vamos ajudar, mas não vamos esquecer quem são os verdadeiros responsáveis por isso.
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