POR LU CANDIDO ::
Mais uma vez, ela sofreu sozinha. Aquele nó apertava sua garganta. Não tinha mais olhos para segurar as lágrimas até que deixou transbordar e soltou o nó. Não conseguia mais parar de chorar.
Chorou durante um longo tempo, ali mesmo na rua, andando sabe-se lá para onde. Já não importava que os estranhos a olhassem com curiosidade. Ela queria um canto para chorar. Ela não tinha um canto para chorar. Não podia voltar para casa.
Ensaiou pedir ajuda. Mandou mensagens para alguns amigos, perguntou como estavam, o que estavam fazendo. Até deu pistas de que não estava bem, mas não era boa nisso. E desistiu. Quem era ela para estragar a noite de alguém? Caminhou mais um pouco sem rumo e, sem ideias, voltou para casa.
Subiu devagar pelas escadas. No caminho até o segundo andar, fez o exercício que dominava de estancar o pranto. Abriu a porta como se fosse atravessar um portal. Vestiu um sorriso meio desbotado. Com gestos automáticos, comeu e bebeu alguma coisa, contou como tinha sido seu dia, mais ouviu do que falou.
“Estou cansada, acho que já vou deitar.” Eram 22h. Ninguém sabe, mas ela se jogou na cama e chorou como se o mundo fosse acabar. Enfiou a cara no travesseiro para não ser ouvida. Ainda respondeu a algumas conversas não lidas no WhatsApp. Lá pelas duas da manhã, pegou no sono.
Sentia como se estivesse segurando um peso gigantesco, fazendo força para ele não cair. Era cansativo e já começava a sentir dor. Ele não cairia, ela sabia disso. Mas também sabia que estaria muito fatigada quando o soltasse e que levaria um tempo para se recuperar.
Na manhã seguinte, ainda com o peso nos ombros, a vida continuou. Vestiu seu melhor sorriso – e ele não era falso –, foi ao mercado, ouviu os amigos, riu das histórias deles, fez faxina, escreveu um texto, leu.
Ninguém sabia. Mas como poderiam saber? O ser humano ainda não desenvolveu a habilidade de ler mentes. Ninguém era obrigado a adivinhar o que ela estava sentindo. Era ela quem devia ter pedido socorro. Não precisava dizer, só precisava chamar alguém para sair, ver um filme, tomar um café, jogar conversa fora num boteco. Não precisava sofrer sozinha, ninguém precisa.
Uns dias depois, soltou, enfim, o peso. Estava cansada, mas aliviada, e pensou em como teria sido mais fácil se tivesse pedido ajuda para tirá-lo de cima de si.
Mais uma vez, ela sofreu sozinha. Aquele nó apertava sua garganta. Não tinha mais olhos para segurar as lágrimas até que deixou transbordar e soltou o nó. Não conseguia mais parar de chorar.
Chorou durante um longo tempo, ali mesmo na rua, andando sabe-se lá para onde. Já não importava que os estranhos a olhassem com curiosidade. Ela queria um canto para chorar. Ela não tinha um canto para chorar. Não podia voltar para casa.
Ensaiou pedir ajuda. Mandou mensagens para alguns amigos, perguntou como estavam, o que estavam fazendo. Até deu pistas de que não estava bem, mas não era boa nisso. E desistiu. Quem era ela para estragar a noite de alguém? Caminhou mais um pouco sem rumo e, sem ideias, voltou para casa.
Subiu devagar pelas escadas. No caminho até o segundo andar, fez o exercício que dominava de estancar o pranto. Abriu a porta como se fosse atravessar um portal. Vestiu um sorriso meio desbotado. Com gestos automáticos, comeu e bebeu alguma coisa, contou como tinha sido seu dia, mais ouviu do que falou.
“Estou cansada, acho que já vou deitar.” Eram 22h. Ninguém sabe, mas ela se jogou na cama e chorou como se o mundo fosse acabar. Enfiou a cara no travesseiro para não ser ouvida. Ainda respondeu a algumas conversas não lidas no WhatsApp. Lá pelas duas da manhã, pegou no sono.
Sentia como se estivesse segurando um peso gigantesco, fazendo força para ele não cair. Era cansativo e já começava a sentir dor. Ele não cairia, ela sabia disso. Mas também sabia que estaria muito fatigada quando o soltasse e que levaria um tempo para se recuperar.
Na manhã seguinte, ainda com o peso nos ombros, a vida continuou. Vestiu seu melhor sorriso – e ele não era falso –, foi ao mercado, ouviu os amigos, riu das histórias deles, fez faxina, escreveu um texto, leu.
Ninguém sabia. Mas como poderiam saber? O ser humano ainda não desenvolveu a habilidade de ler mentes. Ninguém era obrigado a adivinhar o que ela estava sentindo. Era ela quem devia ter pedido socorro. Não precisava dizer, só precisava chamar alguém para sair, ver um filme, tomar um café, jogar conversa fora num boteco. Não precisava sofrer sozinha, ninguém precisa.
Uns dias depois, soltou, enfim, o peso. Estava cansada, mas aliviada, e pensou em como teria sido mais fácil se tivesse pedido ajuda para tirá-lo de cima de si.
As vezes podemos sentir dores, sensações que as outras pessoas talvez não entenda, mas nós mesmos as vezes não entendemos que as vezes com um simples gesto de pedir ajuda ou dar um abraço, desabafo, vamos poder tirar o peso do mundo e seus problemas das costas ...o mundo e seus problemas podem ser grandes, mas os corações e abraços alheios podem ser maiores ainda.
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