“A felicidade é alcançada quando a pessoa está pronta para ser o que ela é.” Essa frase foi escrita pelo filósofo e escritor humanista Erasmo de Roterdã, importante pensador do Renascimento. Eis que voltamos à atualidade: mais precisamente no dia cinco de setembro de 2019.
Demi Lovato, no auge dos seus vinte e sete anos, posta uma foto de biquíni no Instagram e, pasmem, a musa pop tem celulites. O texto que acompanha a imagem enfatiza a aceitação do próprio corpo, a libertação e sua dificuldade (bem conhecida entre nós mulheres) nesse processo.
Vários canais noticiaram a atitude da artista. Muitas mulheres agradeceram, apoiaram e se sentiram representadas (outras nem tanto). Ao mesmo tempo em que achei válido e representativo, pensei: até quando, nós mulheres, teremos que justificar e pedirmos desculpas por sermos quem somos? Seja por nossos corpos (com celulites, barriguinha ou sei lá o que) ou por nossas atitudes.
Postamos textos gigantes falando de liberdade na relação com o corpo, com a nossa sexualidade, da forma como agimos... Somos livres enquanto temos que nos justificar? O motivo pode ser único: fiz porque quis.
A sociedade oprime e exige a perfeição. Aquela para mostrar no Instagram, aquela que detona nossa saúde mental.
Por isso (e por outras tantas coisas), tenho um recadinho básico: tire um tempinho, em meio a essa imensa lista de afazeres, para olhar para dentro. Cuide de sua cabecinha. Tente descobrir o que a faz feliz. Vivemos em uma eterna relação platônica com a gente mesma. Não está na hora de marcar um “date” com você? Garanto que vai ser o melhor da sua vida.
Michele Rocha é amante das filosofias de bar e das boas histórias. Publicitária de segunda a sexta, curiosa e confusa todos os dias do ano.
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