terça-feira, 26 de maio de 2020

POR LU CANDIDO :: 
Estreamos ontem, com orgulho, um novo espaço deste blog, a Sala de Espera. Alguns probleminhas técnicos e um pequeno nervosismo inicial desta que vos escreve não abalaram o nosso sentimento de missão (bem) cumprida. Acho que posso falar pelas gurias também, a Michele e a Carol que foram demais ontem. Mas calma! A estreia foi apenas a primeira missão.

Perdeu a estreia? Não tem problema. Assista agora.

Faz mais de um mês que comecei a gravar alguns vídeos para o blog, depoimentos curtos sobre como estou lidando com a pandemia sendo portadora de transtorno bipolar. Foram muitos vídeos. Quanto mais gravava, menos gostava. Alguma coisa não estava fechando. Foi então que veio a ideia da live: por que ficar falando sozinha para a câmera se podia conversar com alguém que também está passando por uma situação parecida? Por sorte, a Michele Rocha, que já era colaboradora do blog, topou.

Entrei sem nenhuma expectativa, de modo que, quando vi as pessoas não só assistindo, mas interagindo, abri um sorriso grande e aquele pequeno nervosismo se dissipou. Tivemos um pico de 31 pessoas assistindo e mantivemos a audiência média durante a maior parte do tempo. E vejam que chique: além de chegarmos a diferentes estados brasileiros, tivemos audiência internacional, em pelo menos três países: Portugal, Argentina e Chile.

A interação confirmou o que eu pensava quando comecei a fazer os primeiros vídeos. Estamos todos um pouco perdidos nessa confusão, sofrendo com as mesmas coisas e achando que estamos sós. Hoje, revendo o vídeo, foi lindo observar que pessoas que não se conhecem, de cantos diferentes do país, se identificaram e interagiram nos comentários, para além da live. (Também observei que me mexo demais, mas não sei se consigo consertar isso.)

Foi uma troca muito legal. Nós que estamos do lado de cá da tela também precisamos de identificação. Nós também sentimos o efeito de perder nossos grupos de apoio e nossas atividades complementares. Fiquei surpresa, por exemplo, ao descobrir que não sou a única que passa mal quando vê e (sobretudo) escuta o presidente. Também não sou a única que carrega culpa pelo que não é meu. A síntese desses compartilhamentos nos permite olhar para os nossos problemas por outras perspectivas e eles já não assustam tanto.

É daí também que sairão muitos dos assuntos das próximas lives. À pauta que já tínhamos, somaram-se outros temas, como superprodutividade, autocobrança, aumento da carga de trabalho no home office, entre outros. Na próxima semana, vamos falar sobre a culpa, sentimento que se destacou bastante na estreia.

Não posso deixar de falar também das mensagens de carinho que recebemos antes, durante e depois da live. Só isso já faz tudo valer a pena.

Tenho a impressão de estar criando algo novo, e o melhor é ver esse algo se construindo a partir de tantas experiências concretas, com a colaboração de muitas mentes inquietas. Quem sabe não estamos inaugurando um novo formato de experiência de grupo? Ainda não sabemos, mas com certeza a Sala de Espera já é um lugar e um momento dedicado ao apoio mútuo, tão necessário agora.

Enfim, vamos descobrir! Estaremos esperando você toda segunda-feira, às 19h28. Assista, comente, espalhe. Esperamos que esta sala seja pequena para tantas pessoas que podem ser acolhidas por ela. Nossos problemas não vão desaparecer, mas vai ser mais fácil passar por esta crise pandêmica sabendo que não estamos sozinhos.


Toda segunda-feira
Às 19h28
No Facebook

Próxima: 1º/6 – “Pandemia: a culpa é sua?”



0 comentários:

Postar um comentário