domingo, 13 de agosto de 2023

POR CAROL CANDIDO :: 
Amo meu trabalho, odeio meu emprego.

Se você já pensou ou sentiu isso alguma vez, saiba que não está sozinho.


O fato é que, predominantemente, as pessoas não estão contentes em suas vidas profissionais nesse mercado de alta complexidade, crise e recessão econômica.

Quem busca uma maior estabilidade, tem se deparado com um momento de desligamentos em massa, o chamado layoff. Empregos antes vistos como portos seguros vem passando continuamente por processos de reestruturações e reduções. Não há, nesse momento, ambientes estáveis o suficiente para garantir que indivíduos tenham mínima tranquilidade na sustentação de seus empregos. Aqueles que atuam de forma autônoma, pejotizada, empreendendo, também, deparam-se com essa realidade de instabilidade e incerteza em relação ao futuro (e até  em relação ao presente, em muitos casos).

Pessoas que procuram por qualidade de vida, hoje vem enfrentando uma rotina cada vez mais extenuante, seja no trabalho remoto ou no presencial.

A sociabilidade que é uma necessidade em nossas vidas pode aliviar o estresse, nos proporcionar prazer. O trabalho remoto, que é mais presente atualmente, acaba por não contribuir muito com isso, pois favorece o isolamento. No entanto, com uma rotina de sobrecarga, nem mesmo no trabalho presencial é possível investir e cuidar das relações. Difícil cuidar de relações entre colegas de trabalho com tantas interferências, angústias e medos.

Há também um problema atual cada vez mais presente: as pessoas não estão conseguindo mais dedicar-se a apenas uma atuação. É importante desenvolver habilidades diversas, atuar em projetos que ampliem a visão e campo de atuação, porém, o que ocorre hoje é uma excessiva exigência de multidisciplinaridade e multitarefa que descaracteriza atuações, talentos, aptidões e distancia indivíduos daquilo que gera realização, identificação e prazer em uma atuação profissional.

Condições inadequadas, precarização, relações abusivas e opressoras, assédio, sobrecarga e tantos outros fatores vem roubando a vida das pessoas.

A vida deveria ser muito mais que essa demanda infinita, que uma meta inatingível, que esse turbilhão todo que consome a todos. Mas se a vida nos está sendo roubada, como não sucumbir e criar formas de a resgatar? Como podemos fazer o necessário por si e pelo coletivo ao redor para mudar essa realidade? A intenção não é aumentar a pressão com essa pergunta, mas é de extrema importância questionarmos a nós mesmos sobre isso. Vamos pensar juntos e ficamos por aqui, por enquanto, com esse convite.

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